Curiosidades da língua

A matéria intitulada "Ditos seculares" de Jean Lauand publicada na revista Língua Portuguesa (v. 9, n.100, fev. 2014), da editora Segmento, analisa a obra Adagios portugueses reduzidos a lugares communs (1651) de Antonio Delicado que permite reconstruir o sentido mais antigo das expressões populares.

Algumas expressões e frases feitas, tecnológicas ou não, desaparecem rapidamente e outras duram milênios!

Confira algumas destas expressões e suas origens:

Abrir os olhos - "Os mortos aos vivos abrem os olhos": ficar esperto, atento.

Colcha de retalhos - "É falso como colcha de retalhos".

Dar com a língua nos dentes - "Mente, quem dá com a língua nos dentes".

Duro (sem dinheiro) - "Quem nam tem, mais duro é que as pedras".

É fogo - "Filhos dous, ou tres é prazer, sete ou oito é fogo". Referindo-se a taxa da natalidade da época.

É só papo - "Moço de quinze annos tem papo e nam tem mãos [para o trabalho]". 

Não dar ponto sem nó - "Dá nó, não perderás ponto".

Dor de cotovelo - "Dor de cotovelo e dor de marido, ainda que doa, logo é esquecido".

Cantar de galo - "Triste da casa onde a galinha canta e o gallo calla" e "Em casa de Gonçalo, mais pode a galinha que o galo".

Cheio de nove horas - "Às nove, deita-te e dorme": por séculos, sem iluminação elétrica etc., seguia-se esse imperativo do provérbio, tornando a proximidade das nove um limite para qualquer atividade ( a visita que diz: "devo ir, já são quase nove horas").

Confira a matéria na íntegra na revista disponível na área de leitura da Biblioteca UTFPR-CP.

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